Tuesday, June 29, 2010

Aprendi na lua de mel

Após o nosso casamento eu e o Fred fomos a praia. E como parceiros (e mineiros) que somos, nos esbaldamos com pranchas de bodyboard.

Na nossa última tarde tivemos companhia no mar: um casal de 60 anos. Me surpreendi com a vivacidade e habilidade de ambos na prancha. Enquanto ela pegava uma onda, o marido vibrava. E lá ia a charmosíssima senhora deslizando sobre a água, dando animados gritos de yhhuu, com o encorajamento do marido: "Go, baby!".

Não me contive. O espírito de jornalista falou mais alto. Eles estavam na cidade para comemorar o 35° aniversário de casamento e ao perguntar o segredo para chegar lá, ele me respondeu:

1- Dar espaço um ao outro. Não abrir mão do que se gosta e nem permitir que o outro o faça. Valorizar a individualidade.
2- Nunca dormir brigados.
3- Nunca ir trabalhar brigados. Isso destrói o dia inteiro.
4- Dar espaço para Cristo na vida de vocês.

Terminada a lista, e sem se despedir, ele aproveitou uma ótima onda e deslizou ao encontro da esposa, que o aguardava sorridente na areia. Não os vimos mais. Foi quando percebi que nem o nome deles eu perguntei.

Ps: Hoje comecei a mudar o layout do blog. Ainda não é o definitivo, ok?

Saturday, June 26, 2010

Sobre não sofrer

Não sei quando comecei a aprender a não sofrer. Sei que foi na mesma época em que descobri que isso não significava não sentir. Eu sinto tudo. Muito. Mas aprendi a dosar os efeitos de notícias ruins sobre minhas emoções. Dou prazo a minha dor. Não que eu a controle, mas determinei que ela não me domina. Faço acordos com o meu coração e nos entendemos bem. Na medida do possível.


Recentemente recebi algumas más notícias. E quando me ligavam para saber como eu estava, uma resposta automática veio com tudo: “Estou caminhando. Não tenho tempo para sofrer”. Não tenho tempo ou não deu tempo? Os dois. Quando a dor chegou, dialoguei com ela. E ela se foi no mesmo ritmo que veio.


Não posso determinar tudo que se passa ao meu redor, mas posso decidir como lidarei com fatos desagradáveis. E a minha primeira decisão é manter meu coração grato. Ser grata por acontecimentos ruins? Sim. A gratidão preenche o coração. A murmuração o esvazia. E com a dor aprendo. Das adversidade faço degraus e os aproveito para passar de fase mais rápido.


Hoje estou feliz. E não é porque tudo está perfeito. Estou feliz porque consegui colocar as más notícias no lugar que elas merecem: abaixo do que me faz bem.



Ps: Antes de qualquer tipo de especulação, está tudo bem. Há tempos queria escrever sobre esse assunto. Semana passada rolou e hoje compartilho aqui. :)

Monday, June 21, 2010

Só para contar

Que casar é muito divertido.
Que a ficha demora para cair.
Que a presença dos amigos faz toda a diferença.
Que ver os amigos que vieram de longe traz uma alegria gigante!
Que minha família é show.
Que meu dia de noiva foi sensacional.
Que minhas madrinhas foram as mais lindas de todos os tempos!
Que as amigas me amam tanto que me jogaram no chão 2 vezes!
Que o amor delas me faz tão bem que me jogaram para o alto outras vezes!
Que Deus fez tudo ser perfeito.
Que de tanta gratidão a Ele, chorei.
Que ainda bem que escolhi o Fred.
Que o meu marido é a pessoa mais legal e engraçada do mundo!
Que agradeço de coração pelos comentários felizes aqui no blog.
Que quem quiser ver como foi, é só clicar aqui.

Wednesday, June 2, 2010

Despedida de solteira

Aprendi desde cedo a amar a vida. Amar quando passeávamos em família, quando íamos a casa dos meus avós, a ir a escola, a brincar na rua, a ouvir e contar histórias, amar as pessoas ao meu redor. Aprendi com meus pais e irmãs a ficar atenta aos detalhes. `Aquelas coisas pequenas que nem sempre prestamos atenção. Lembro da minha mãe dizer: “o que importa é a qualidade, não a quantidade”. E foi assim que aprendi a valorizar a vida que podia ter. Seja ela qual fosse.


Com tanta riqueza a minha volta, aprendi a dar valor `as estações da vida, tendo a consciência de que a plenitude que todo mundo sonha, o famoso “e viveram felizes para sempre” se constrói no cotidiano simples. E o mais importante: o que é ser feliz para mim pode ser diferente do conceito de felicidade do outro. Aprendi a sonhar, mesmo que as circunstâncias não fossem tão favoráveis. Hoje posso dizer que em 26 anos vivi muito, o que me traz a sensação de ter um coração cheio.


Amei minha infância, minha adolescência e minha vida adulta. Amei as amizades que construí, os relacionamentos que desenvolvi, os meus encontros e desencontros. Amei minha vida de solteira. Aprendi a valorizar esses anos, certa de que era um período único. Um tempo precioso demais.


Nunca fiz do casamento meu ideal de vida. O meu objetivo final. A minha meta sempre foi viver muito. Ser feliz hoje, agora, dentro das oportunidades que me surgem. Acho que isso foi influência da minha mãe, que sempre ensinou a mim e as minhas irmãs a lutarmos pelos nossos sonhos, a estudar muito, a trabalhar para conquistar o que desejássemos. E que se no meio do caminho aparecesse alguém legal para compartilhar a jornada, ótimo. Senão, nossas vidas não podiam ser condicionadas a busca pelo “príncipe encantado”.


Aprendi a amar ser solteira e a desfrutar dos benefícios exclusivos a essa época da vida. Quando poderia dormir tantas noites seguidas nas casas das minhas amigas? Quando poderia decidir passar um final de semana em São Paulo e simplesmente pegar o ônibus e ir? Quando poderia viajar sozinha sem destino com uma mochila nas costas? Quando poderia investir meu salário e economias só nas minhas prioridades? Quando poderia tomar decisões baseadas exclusivamente na minha vontade? Quando eu poderia ter viajado tanto e me dedicado ao máximo `a minha vida profissional? Quando eu poderia ter dúvidas sobre quem eu queria ao meu lado para a vida toda?


Aprendi a ser independente e a amar a minha independência. Nesses anos fui muito dona do meu nariz e construí um estilo de vida muito meu. E com toda determinação que me é peculiar, não deixei que nada tirasse o foco do que tracei para mim. Tá. Quase nada. Confesso que algumas vezes quase me perdi de vista...


Hoje me caso. E quando escrevo essa frase ainda acho estranho. Um estranhamento delicioso, que vem com frio na barriga e muita alegria. Amei muito a minha vida de solteira e sei que amarei minha vida de casada. Não que uma coisa seja melhor que a outra, mas sim porque a vida muda e precisamos aprender a mudar com ela. Sei que amarei o novo capítulo da minha história porque escolhi, sem nenhuma dúvida, para estar ao meu lado um cara que ama a vida e tudo o que ela pode oferecer. Um homem que ama a minha história, o me jeito e trejeitos. Uma pessoa que ama os meus detalhes e as cores ao meu redor. O homem que eu amo. E é ao lado dele que hoje começo a minha mais nova aventura. E que seja a melhor de todas!