Friday, July 25, 2008

Carta para um Chatonildo


Em janeiro de 2002 a gente se conheceu. Eu começando meu primeiro estágio, me sentindo uma pessoa "quase grande". Ele, como um funcionário mais antigo, logo se prontificou a me ajudar, a me ambientar e tudo mais que se faz com uma "novata". Logo na primeira semana houve um culto, como sempre acontecia às sextas. Naquele dia uma dinâmica orientou as pessoas a andarem de olhos fechados e de repente abraçarem quem aparecesse à sua frente. Foi ele quem apareceu. Um abraço de boas vindas que se tornou presente por longos anos.

Se ele me apresentou ao mundo coorporativo, eu o ajudei a conhecer o mundo cristão. Os papos de quem começa a se conhecer se aprofundaram por discussões teológicas, estratégias de marketing, sonhos, inseguranças, planos de carreira, livros, filmes, e muito trabalho. A gente ria muito, mas brigava também. Uma briga nunca sairá da memória. Discutimos por causa de uma certa visão teológica e ele simplesmente apelou, deu às costas, desceu as escadas me deixando brigando sozinha com o ar, no hall da empresa. Atitude de um "chatonildo" nato.

Se os conflitos existiam, também não faltavam os pedidos de desculpas por e-mail ou Sametime. Também não faltaram chocolates para a semana ficar mais feliz e almoços no "Chinezinho". Em meio a muito profissionalismo aprendi que é possível viver em um ambiente sem competição. No meio de planejamentos, campanhas de apadrinhamentos, voluntariado, telemarketing, encontrei um amigo ímpar. Acho que vou sentir falta desses dias para sempre.

Os anos passaram e Deus me levou para outro lugar. Pouco depois ele foi para São Paulo, transferido. Se os caminhos profissionais se divergiram (como geralmente nossas opiniões e gostos!) a nossa amizade convergiu. Até hoje nos falamos sempre... Já o chamei para sair e ele disse que preferia dormir. Ele já me chamou para sair e eu disse que tinha que viajar. Mas quando ele aceitou a Cristo, eu estava lá! Quando eu me formei, ele estava presente para dançar a valsa comigo! Quando tivemos problemas, estivemos um para o outro. No ano que vem, estarei orgulhosamente em São Paulo, como madrinha, para o casamento dele, assim como ele estará para o meu em BH. E assim a nossa amizade continua...

"Bruno, você continua sendo o Supremo-Imperador-Mor-do Reino-dos-Chatos, e assim vai ser para sempre! Obrigada por brigar, me aconselhar e por me suportar! Sei que não é uma tarefa fácil... Obrigada por ter dançado comigo e por compartilhar tanta coisa. Tenho um orgulho gigante por estar na sua vida há tanto tempo e por te ver trilhar caminhos que sempre soubemos que você trilharia. Obrigada por me convidar para ser sua madrinha de casamento. Mais uma vez, eu estarei lá por você! Para mim você é um amigo indispensável. Você é mais do que isso. Você é o irmão que eu não tenho... É um referencial para mim. Ah! E antes que eu me esqueça: Feliz aniversário!

Um grande beijo da sua sempre amiga... A Soberana-da-Província-Vizinha-do-Condado-dos-Chatos".

Ps. Essa é uma das fotos do meu baile. Ao me ver triste por causa de um sério problema, ele virou para mim e disse: Te proíbo de chorar hoje. Nós vamos dançar e nos divertir muito! E foi exatamente isso que aconteceu...

Thursday, July 17, 2008

Graça X Juízo X Informação

Dia desses ouvi algo realmente fenomenal. Fantástico e simples.

A questão envolve três conceitos básicos: a Informação, a Graça e o Juízo. Em tempos de overdose de informações de tudo quanto é jeito, todos acabam achando que sabem demais e querendo saber mais ainda. E é aí que entra os outros dois conceitos. Em qual período você está? Na Graça ou no Juízo?

Se você está no Juízo, você se sentirá no direito de querer se informar ao máximo a fim de definir um "lado", de encontrar o certo e o errado. Sim, você pode usar uma série de desculpas interessantes e até justificáveis para ir cada vez mais fundo em assuntos que simplesmente não te dizem respeito. Como já diz o pensador Etzione, informação é poder. Então eu me pergunto: para que desejar esse poder? Para emitir juízo de valor?

Se você está na Graça, a ânsia pela informação perde sua importância, aliás, ela encontra o lugar devido. O olhar movido pela Graça tira o outro do foco. A Graça traz identificação, amor e não julgamento. A Graça desfaz o orgulho impiedoso do Juízo e traz respostas poderosas à perguntas que não querem calar. Se o Juízo pergunta: "Você ficou sabendo?". A Graça responde: "Não. E nem quero. Não me diz respeito".

O Juízo é cruel. A Graça é perdão. O Juízo mata. A Graça traz vida. O Juízo aprisiona. A Graça liberta.

Friday, July 11, 2008

Você já prestou atenção ao livro de Deuteronômio?

Li recentemente todo o livro de Deuteronômio. Confesso que achei um dos mais lindos de toda a Bíblia. Lá estão as palavras finais de Moisés, antes de morrer e antes do povo de Israel conquistar finalmente a terra prometida.

São palavras nem sempre boas de ouvir, mas necessárias para qualquer pessoa. Este é basicamente um livro de sábios conselhos e orientações que servem perfeitamente para os dias atuais. Nele Moisés relembra trechos importantes da saga do povo pelo deserto, as derrotas e as vitórias, sempre trazendo à memória algo de extrema importância: quem foi Aquele que os tirou do Egito. Sim, Ele tem prazer em nos lembrar de onde viemos, do que fomos libertos, de quem Ele é, e o que está preparado em Suas promessas.

Me impressiona o fato de Moisés já saber que o povo iria cair novamente, mas mesmo assim reiterar em todo tempo a importância da fidelidade ao Deus Vivo. Ao mesmo tempo ele também sabia que jamais pisaria na terra, tendo esse sonho de tantas décadas frustrado. Todavia, ainda assim, ele levou o povo até onde lhe foi permitido. Ele cumpriu sua missão pessoal.

São vários os trechos que gostaria de memorizar para sempre, mas compartilho aqui alguns dos meus favoritos: os capítulos 11, 28, 29 e 30.

Para encerrar este post, opto pelos preciosos versículos 1 e 2 do capítulo 11:

"Amarás, pois o Senhor, teu Deus, e todos os dias guardarás os seus preceitos, os seus estatutos, os seus juízos e os seus mandamentos. Considerai hoje (não falo com vossos filhos que não conheceram, nem viram a disciplina do Senhor, vosso Deus), considerai a grandeza do Senhor, a sua poderosa mão e o seu braço estendido (...)"

Thursday, July 10, 2008

O melhor de Recife


A gravação passou e foi muito especial para mim. Mas quer saber quais foram as melhores partes?

A primeira foi na quinta, exatamente há uma semana, quando cheguei e fui por os pés na areia. Com a Bíblia debaixo do braço e o Ipod no ouvido parei para ouvir Deus enquanto contemplava o mar e sentia o vento. Esse momento foi simplesmente único... crucial.

A segunda melhor parte foi na sexta pela manhã. A equipe de intercessão se posicionou para orar por todos, um a um. Nunca uma resposta chegou tão rápido. Ouvi tudo o que eu não queria, mas nem tampando os ouvidos e pedindo para Ele parar, funcionou. Como diz a canção Confio em Teu amor, "calo o meu coração e me prostro".

O resto foi pura festa.

Agora, de volta a BH, é prosseguir para o alvo.

Thursday, July 3, 2008

Descalçando os pés e voltando a dançar

Faltam poucas horas para eu embarcar para Recife. O último ensaio foi agora a noite e dali me brotaram algumas palavras.

O fato é que essa gravação de CD é a segunda em que vamos apenas eu e minha família. Desde que a Ana decidiu que somente nós quatro acompanharíamos o ministério, há pouco mais de um ano, tem sido assim. Quando ouvimos a notícia não foi fácil. Doeu como se um pedaço do nosso corpo fosse mutilado, e na realidade foi. Acatamos a direção, crendo que os planos de Deus nem sempre são os nossos e que nem sempre nos é dado a conhecer, mas continuamos servindo com grande alegria e paixão. E assim se passou rapidamente um ano.

Hoje, enquanto estávamos na sala de dança senti falta de cada um deles. Da empolgação com os figurinos, dos passos errados e certos, das correções, das brincadeiras, dos papos do intervalo. Esses detalhes, antes tão comuns, me fizeram uma falta enorme. E assim os preparativos chegaram ao fim e em poucas horas gravaremos.

O fato é que a vida é cheia de mudanças. As coisas se transformam sem nos pedir licença ou sem dar aviso prévio. Algumas mudanças trarão alegrias sem fim, outras dores. Algumas virão como se já fosse tarde, outras deixarão uma imensa saudade. Em alguns momentos será possível dizer não e manter a vida do jeito que ela está, em outros não será possível escolher. O fato é que não se pode negar que o mundo se movimenta e que cada decisão nos direciona a um caminho. A questão é: como lidar com as mudanças?

Sou adepta da seguinte teoria: sinta tudo o que for para sentir. Se viver uma situação triste, chore. Se viver uma feliz, gargalhe. Mas depois que o momento passar, saiba sacudir a poeira e seguir adiante. Veja os movimentos à sua frente e não fique parado, dance com eles.

Hoje, na sala de dança, me bateu saudades de um tempo que passou. Senti uma vontade enorme de reviver as coisas incríveis que presenciei. Curti aquele momento e fiz a minha escolha. Sacudi a poeira, descalcei os pés e voltei a dançar.

Tuesday, July 1, 2008

Preguiça Parte II


Sim, a preguiça continua... Acho que é efeito de meio do ano e a mentalidade antiga de tempos de colégio quando ainda existia férias em julho e janeiro. Eita saudade dessa época.

Bem, mas como quinta tô indo para Recife, resolvi postar uma foto que fiz de lá, quando estive há duas semanas. É o por-do-sol na cidade visto do heliporto do Chevrolet Hall. Lindo, né... É isso. Em breve animo postar coisas mais legais.
Ps: Recife é uma cidade legal, mas tem duas coisas que ninguém merece: o trânsito e a rede hoteleira.