Monday, April 1, 2013

Um dia de cada vez

Uma das coisas que aprendi desde que me casei é abrir meu apartamento com alegria. E consequentemente o meu coração, o que para mim acaba sendo a mesma coisa. Me descobri uma dona de casa bem razoável, mas percebi em um mim um gosto enorme para receber. 

Nestes últimos anos me escancarei para pessoas novas e assim chegaram a mim queridos e queridas que considero dádivas. Mas confesso que também me decepcionei. Porque por mais que a gente diga que não, quem dá também espera receber de alguma forma. E nem sempre isso acontece. Muito menos na mesma medida. Na mesma dose.  

Recentemente fiquei chateada por não sentir reciprocidade de alguns amigos. Por isso falei com meu marido que mudaria a minha postura. Que me doaria menos. A resposta dele? “Impossível, Iana. Você é assim. Mude isso e você não será a mesma”. E é verdade... Quando gosto, quando me importo, quando amo, não meço esforços. Eu me dou. É inconsciente. É mais forte que eu. 

Esses dias ouvi uma música do Asaph Borba que diz ser possível dar sem amar, mas é impossível amar sem dar. E essa segunda frase me ajudou a me entender melhor. A me aceitar e a parar de brigar com algo que faz parte da minha essência. E fiquei pensando nas pessoas que já me amaram, se doaram por mim, e que eu sem perceber não correspondi na mesma intensidade. Ou do jeito esperado. E isso me fez pensar. 

Não podemos exigir nada de ninguém. É difícil controlar nossas expectativas e impossível controlar as reações das outras pessoas. Mas a gente decide como agir e reagir. Escolhi amar e continuar servindo do meu jeito, independente de qualquer coisa. Faço por mim. Porque isso me dá alegria, porque faz parte da minha essência, porque tenho prazer. Decidi tentar controlar meu coração para que as decepções não mudem o que sou. Não sei como fazer isso ainda, mas começo me esforçando para não me fechar. Não afastando as pessoas que me desapontaram e dizendo a mim mesma para manter o meu coração aberto. E é com esse pensamento que recomeço a postar aqui, convicta de que mudanças se consolidam um dia de cada vez. 

11 comments:

Anonymous said...

Sem falar que a gente também decepciona né? Não somos perfeitos e nem somente "vitíma".
Acho que o importante é não guardar essas coisas ruins no coração, seguir em frente e não parar nunca de fazer o bem...

Bjs

Tatiana

Anelise said...

Lindo texto! Acompanho seu twitter e sempre vejo fotos de festinhas na sua casa.... Sua atitude é louvável e não deve parar de receber....seu marido tem razão. E vamos seguindo, vivendo e aprendendo! Deus abençoe.

Anonymous said...

Ei Iana,
Olha só que coincidência... Volto ao seu blog no mesmo tempo em que você decide retornar.

Esses dias me lembrei que gostava das suas fotos e resolvi te procurar no Instagram. Depois me bateu uma saudade do tempo que acompanhanhava o seu blog e de como cada postagem edificava a minha vida.

Adorei seu texto, pois vivo esse mesmo dilema na minha vida.
Tento dosar a medida para não me doar demais e não esperar demais... Está bem complicado viu?
Mas também fiquei pensando na parte em que você diz, que em algum momento também agimos assim com alguém... vou me deitar pensando.

Fico muito feliz por ter voltado a escrever neste espaço. Seja bem vinda!! Também adoro receber os amigos!

Um beijo

Cida Rainha

Déh said...

Obrigada por compartilhar meu coração...Sim, meu coração, porque parece que estavas falando de mim. Me identifiquei demais com teu texto...Lindo mesmo e mais que isso edificante e fortalecedor!

Kelly Ferreira said...

Nossa, tá falando de mim também! hehe
Já passei pela situação de me doar muito e não receber o mesmo das pessoas. Deus tem me ensinado muito. Não podemos nos fechar quando a outra pessoa não é recíproca. Não podemos deixar que nos mudem para pior. O bom é fazer a nossa parte mesmo e esperar a recompensa celestial. Nossas atitudes não nos fazem melhores que ninguém, mas nos fazem diferentes. Nascemos para fazer a diferença nessa geração!

Karla Voigts said...

É melhor continuar do jeito que você porque a maioria das pessoas gostam mais de receber do que dar. Você já pensou se a minoria, que gosta mais de dar do que receber, resolver mudar de atitute e ficar que nem a maioria? Não vai prestar! rs Haverá menos calor, energia, alegria, amor...

Restaurada said...

Muito legal seu texto.
E o que mas me fortalece é saber que as pessoas não determina minha felicidade e nem meus momentos de alegria, mas pode fazer parte delas para somar. Mas se não fizer, busco ser feliz comigo também.
Se permito a estes momentos de felicidades, não só meus amigos estão tirando aproveito rsrs eu tb estou sendo beneficiada por este momento gostoso. Então se torna a via de mão dupla..........eu dou minha atenção e recebo esta sensação gostosa de me alegra com quem eu amo.

Midian Queila said...

Xiiii... Me identifiquei!
(Como quase todo mundo aqui! rs)

Tenho pensado muito sobre isso esses dias, e me fiz o mesmo desafio que vc, queria mudar minha maneira de agir com as pessoas, me doar menos...
mas, só tentei... e o resultado não foi nada bom, me senti estranha, não me sentia feliz, satisfeita, completa... Desisti. (graças a Deus!) e me dei conta que Deus nos fez com caracteristicas ímpares, em cada um colocou uma forma de amar...
e a nossa é essa...
Amar e se doar... Oh forma linda de amar!!!
Que Ele nos ensine a administrar nossos sentimentos e emoções!
Sei q somos e seremos felizes! muitooo...

(Feliz por vc ter voltado por aki, me identifico com este cantinho!)

Deus te abençoe!

Midian Queila.

Anonymous said...

Essa questão transpassa a amizade, mas penetra, também, nos relacionamentos em geral. Quantas e quantas vezes fazemos algo para a parceira, o parceiro, com o intuito de sermos correspondidos com algo semelhante? Inúmeras. Penso que esse "vazio" muitas vezes sentido reside em nós mesmos. O sentimento só é sincero quando desprovido de recompensas. É preciso ser, apenas por ser. Acho que somente assim podemos não esparar, mas inspirar outros comportamentos semelhantes.

Anonymous said...

Nossa.... lendo essa postagem me vi na descrição das suas palavras.... Também já me desapontei com algumas pessoas e pensei em mudar a minha maneira de relacionar com os outros, mas me vi com a mesma questão... eu sou assim e se mudar isso em mim, já não serei mais eu.... devemos continuar sendo o que somos.... por mais que alguns nos desapontem... ainda teremos um retorno maior daqueles que nos amam de verdade e valorizam a nossa amizade... Um grande abraço

Nicolle Santos said...

Esse post fala diretamente pra mim! Estou passando por essa fase...
Havia me esquecido dessa canção: É impossível amar sem dar..."
Essa é minha essência, sou assim e ponto!
Obrigada Iana...
Admiro seu trabalho e sua capacidade de descrever os sentimentos!
Beijos