Em janeiro de 2002 a gente se conheceu. Eu começando meu primeiro estágio, me sentindo uma pessoa "quase grande". Ele, como um funcionário mais antigo, logo se prontificou a me ajudar, a me ambientar e tudo mais que se faz com uma "novata". Logo na primeira semana houve um culto, como sempre acontecia às sextas. Naquele dia uma dinâmica orientou as pessoas a andarem de olhos fechados e de repente abraçarem quem aparecesse à sua frente. Foi ele quem apareceu. Um abraço de boas vindas que se tornou presente por longos anos.
Se ele me apresentou ao mundo coorporativo, eu o ajudei a conhecer o mundo cristão. Os papos de quem começa a se conhecer se aprofundaram por discussões teológicas, estratégias de marketing, sonhos, inseguranças, planos de carreira, livros, filmes, e muito trabalho. A gente ria muito, mas brigava também. Uma briga nunca sairá da memória. Discutimos por causa de uma certa visão teológica e ele simplesmente apelou, deu às costas, desceu as escadas me deixando brigando sozinha com o ar, no hall da empresa. Atitude de um "chatonildo" nato.
Se os conflitos existiam, também não faltavam os pedidos de desculpas por e-mail ou Sametime. Também não faltaram chocolates para a semana ficar mais feliz e almoços no "Chinezinho". Em meio a muito profissionalismo aprendi que é possível viver em um ambiente sem competição. No meio de planejamentos, campanhas de apadrinhamentos, voluntariado, telemarketing, encontrei um amigo ímpar. Acho que vou sentir falta desses dias para sempre.
Os anos passaram e Deus me levou para outro lugar. Pouco depois ele foi para São Paulo, transferido. Se os caminhos profissionais se divergiram (como geralmente nossas opiniões e gostos!) a nossa amizade convergiu. Até hoje nos falamos sempre... Já o chamei para sair e ele disse que preferia dormir. Ele já me chamou para sair e eu disse que tinha que viajar. Mas quando ele aceitou a Cristo, eu estava lá! Quando eu me formei, ele estava presente para dançar a valsa comigo! Quando tivemos problemas, estivemos um para o outro. No ano que vem, estarei orgulhosamente em São Paulo, como madrinha, para o casamento dele, assim como ele estará para o meu em BH. E assim a nossa amizade continua...
"Bruno, você continua sendo o Supremo-Imperador-Mor-do Reino-dos-Chatos, e assim vai ser para sempre! Obrigada por brigar, me aconselhar e por me suportar! Sei que não é uma tarefa fácil... Obrigada por ter dançado comigo e por compartilhar tanta coisa. Tenho um orgulho gigante por estar na sua vida há tanto tempo e por te ver trilhar caminhos que sempre soubemos que você trilharia. Obrigada por me convidar para ser sua madrinha de casamento. Mais uma vez, eu estarei lá por você! Para mim você é um amigo indispensável. Você é mais do que isso. Você é o irmão que eu não tenho... É um referencial para mim. Ah! E antes que eu me esqueça: Feliz aniversário!
Um grande beijo da sua sempre amiga... A Soberana-da-Província-Vizinha-do-Condado-dos-Chatos".
Ps. Essa é uma das fotos do meu baile. Ao me ver triste por causa de um sério problema, ele virou para mim e disse: Te proíbo de chorar hoje. Nós vamos dançar e nos divertir muito! E foi exatamente isso que aconteceu...