Há tempos eu acompanho um blog que uma amiga indicou. E o legal de blog é isso: um indica para o outro, que repassa e assim vai. E foi assim que o Para Francisco entrou na listinha do que leio toda semana.
"Um homem tem morte súbita, dois meses antes do nascimento do seu único filho. Assim nasce este blog. Tentando entender e explicar dois sentimentos opostos e simultâneos vividos pela viúva e mãe que, no caso, sou eu. Muitos questionamentos. Muitos raciocínios. Muito aprendizado. E uma pressa em falar para o Francisco sobre seu pai, sobre o mundo e sobre mim mesma (só por garantia)".
É assim que a Cris define o blog dela.
Há uns dias ela anunciou que tinha escrito um livro e fiquei muito feliz. Adoro lançamentos. Ontem tive o privilégio de ir ao evento e dar um abraço pessoalmente. Sim, porque quem lê o blog, e agora o livro, tem sempre duas reações: vontade de chorar e de abraçar essa mulher.
Comecei a ler ontem mesmo ao chegar em casa. A linguagem é bem gostosa e leve, afinal os textos são originados do que ela escreveu para o blog (apesar de ter conteúdo inédito). O que não é leve é a história. Várias vezes após ler o que a Cris escreveu liguei para o Fred correndo, ou fiz surpresa na faculdade ou ainda me convidei para almoçar com ele. Nunca sabemos o dia de amanhã e essa urgência da Cris de falar para o filho, me traz urgência de ser ainda mais intensa em meus relacionamentos (como se ainda fosse possível!), especialmente com meu querido companheiro.
Estou no trabalho e o lindo livro de capa branca está ao meu lado. Não tenho pressa de lê-lo, mas sei que terminarei ainda hoje. Não conheço a Cris (apesar de ter dado um beijo e ganhado um autógrafo), mas estou feliz por ela. Admiro muito quem consegue transformar dor em poesia. E como ela mesma me falou ontem: escrever ajuda muito. Acho que é por isso que escrevo tanto. Quando escrevo me dou a chance de ver um outro ângulo, de me enxergar melhor.
Se eu já fiquei emocionanda em ler essa história, imagine o Francisco quando crescer.