Friday, April 13, 2012

Quando o luto acaba


Sei exatamente onde eu estava há um ano. Era uma quarta feira a tarde e eu aguardava na frente de um presídio a soltura de um jovem que tinha sido preso por engano. Como o procedimento é demorado comecei a checar o Twitter. Até que uma mensagem me tirou o chão: o Dinho tinha falecido num acidente de carro. 
Alexander Borges, conhecido como Dinho, era casado com uma amiga de infância, a Nanda. Eles tinham dois filham e formavam uma família linda. A Nanda sempre foi super divertida e o Dinho era um cara muito legal, daqueles de quem é fácil gostar. Ao confirmar pelo telefone a notícia, larguei o trabalho e fui correndo encontrar com meus amados amigos, que para mim são como uma família.
Essa é uma hora que você não tem muito o que fazer. Então simplesmente fiquei lá, abraçando, chorando junto, orando, ajudando a fazer lanche para os meninos, e até lavando a louça. Vendo a dor dos meus queridos eu só pensava: como vai ser agora? Como a Nanda e os meninos vão ficar?
O velório do Dinho foi um dos mais lindos e mais tristes que já fui. Triste porque nunca estamos prontos para lidar com a morte. Ainda mais quando se é jovem, cheio de vida, tem uma esposa e dois filhos para criar. Mas foi lindo porque a presença de Deus estava ali. Nunca fui a um funeral tão cheio. Cheio de tudo: de gente, de carinho, de amor, de saudade. Mesmo sem entender a Nanda adorou a Deus, agradeceu ao Senhor pelo tempo que teve com o marido e liberou o perdão ao caminhoneiro que o matou. Um atitude que muita gente não entende, mas que faz toda diferença na vida que segue.
Uns dias antes do enterro separamos algumas fotos da família, com todos juntos e felizes, para espalharmos pelo lugar do velório. Uma forma de lembrar os anos bonitos que o Dinho viveu com os amigos e a família. Retratos de uma vida feliz.
Naquele dia olhei para a Nanda, para o Nick e para Lu e tive a certeza de que eles dariam  conta do recado. Que eles dançariam sobre toda dor. Que um dia a gratidão seria maior que o luto.
E assim tem sido. Passado um ano a vida é bem diferente. A saudade que eles sentem não some, mas vemos a Nanda e os meninos lutando, sobrevivendo e reaprendendo o caminho da felicidade.
Há uns meses ela me ligou me perguntando se eu poderia fazer umas fotos dela para um projeto. Meu coração se aqueceu e propus com alegria uma sessão junto com os meninos. Retratos da nova família que tive o prazer de registrar. As fotos que seguem são desse dia. Fomos ao condomínio onde eles compraram um lote e planejavam construir uma casa para morar. Ali, onde a ausência ainda doía, celebramos a vida.
A morte tem o peso que damos a ela. A notícia de um falecimento sempre vai ser recebida de um jeito difícil, dolorido, carregada de tristeza. Só que com a ajuda do Alto o peso da dor se vai à medida que, de mansinho, a leveza das boas lembranças fica. E a paz que excede à todo entendimento substitui o buraco deixado por quem partiu.
Querida Nanda, que bom saber que o luto vai dizendo adeus. Que a sua vida e a dos meninos seja regada de alegria, sorrisos, dança e de belas recordações.
Amo muito vocês.








Thursday, January 12, 2012

Cristo x Religião

Amei esse vídeo e não podia deixar de compartilhar. É um poema que fala porque amo a Cristo e não a religião.  É bem o que eu penso.

Está todo em inglês, ok?



Monday, January 9, 2012

2011


Gosto de falar do ano que se foi. E também sobre o que espero dos dias que virão. 2011 foi um ano de muito trabalho. De dar duro. De consolidar decisões e solidificar caminhos. 2011 foi um de muito fazer. De muita ação e pouco descanso. Acho que nunca trabalhei tanto... E se o trabalho dignifica o homem, me despedi de 2011 com muita dignidade. Dei as boas vindas a 2012 de dentro do caminhão de transmissão ao vivo, narrando o belíssimo show de fogos da TV Alterosa/SBT Minas. 
Como não podia deixar de ser, o ano que passou também me trouxe mudanças. E foi bom mudar novamente. Já aprendi que monotonia não é para mim. E assim me abri para o novo (de novo) sem medo. Sem receio de errar.

Sigo com o aprendizado de 365 dias incríveis. Um ano que parece ter durado uns três! Tamanha intensidade... Tenho orgulho dos dias que escrevi... porque foram bonitos, honestos, éticos, sinceros. 2011 foi um ano de muita verdade. Me desafiei. Perdi para mim mesma e me encontrei depois. Confrontei meus erros diários. E de frente com o que não foi bom tive a chance de me redimir para mim mesma. Descobri que sou a minha maior carrasca. Em 2011 me perdoei e me dei novas chances. Vivi um ano concreto. Contando as histórias das pessoas, aprendi sobre mim. Me conheço mais. Me amo mais. Me respeito mais. 
Entro neste novo ano bem cansada. Minhas olheiras estão fundas... minhas costas às vezes doem... meus pés meio doloridos...  às vezes acho que estou perto da exaustão. Mas é um cansaço bom. É porque ele vem acompanhado do sentimento de realização. E com ele, muito riso. Sorrisos. Gargalhadas. 
2012 começou me parecendo uma extensão do ano que mal acabou, e já me trouxe presentes incríveis. Não sei como serão os meses que virão e nem quero revelações. Quero ir devagarzinho descobrindo aos poucos as 366 dádivas diárias. Espero um ano inteiro, cheio, redondo, com todas emoções que me aguardam. E que elas sejam verdadeiras, lindas, intensas e inesquecíveis.
Aos queridos que me lêem, feliz ano novo!