Thursday, July 21, 2011

Ser repórter

Tenho me dedicado a trabalhar e contar histórias. Muitas. Cada uma de um jeito. Bonitas. Tristes. Revoltantes. Curiosas.


Primeiro ouço. Atentamente. Daí filtro o que é o mais importante. Já chorei no meio de entrevistas. Já dei gargalhadas. Já me coloquei no lugar das pessoas e também aprendi a me distanciar. Não tenho fórmulas. Cada dia é um dia. Cada história é uma história. E eu, sou uma Iana só. Tentando me reiventar.


Sempre volto para casa com muitos casos. De todos os jeitos. De barracos homéricos à tragédias difíceis de digerir. De denúncias de descaso público à problemas familiares. Lido com a educação e a falta dela diariamente. Com pessoas que nos olham com confiança e outras como se fôssemos ETs. E assim busco contar o que acontece mundo a fora. Tento transmitir o que observo de um jeito diferente. Me esforço para trazer a verdade, a emoção, o coração. Porque é disso que as pessoas são feitas.


Ser jornalista, especialmente ser repórter, é saber contar histórias. É buscar os dois lados da moeda, seja o caso que for. É encontrar a novidade no meio do óbvio e estar sempre em busca de algo mais. É ser um pouco idealista, ainda que isso canse, e ter a convicção de que uma matéria bem feita pode fazer diferença na sociedade. E como é bom quando isso realmente acontece.


Conto muitas histórias e elas ajudam a contar a minha também. Sinto falta do meu tempo, mas minha vida se torna mais rica a cada novo personagem que encontro. É quando respiro fundo, tento driblar o meu cansaço e corro para a próxima pauta e para a próxima história que terei o prazer de contar.

Wednesday, July 20, 2011

Sempre

Quando sinto que está faltando poesia na minha vida, me lembro do blog. Bem, deste quase finado blog. Porque todas as vezes que eu percebia o menor fragmento de desejo de escrever, eu corria para cá. Coisas pequenas, grandes, bonitas ou irrelevantes. Qualquer fragmento de inspiração.

Hoje senti saudades disso. Do tempo em que podia me debruçar diante do computador e me dedicar aos meus devaneios. Bem, ainda posso, mas a velha história da falta de tempo me pegou. Em cheio. Ao mesmo tempo a vida mudou tanto. Gosto de vir ao blog e ler a Iana que escreveu por aqui. Uma Iana bem diferente da de hoje, mas que construiu uma história bem bonita. É que a realidade pode nos fazer pessoas mais secas, mais frias... não que eu tenha virado "isso". Mas creio que o mundo que hoje vejo me fez preservar meu "calor" num lugar mais restrito. Se antes me abria, hoje quase me fecho. Se antes via poesia, hoje vejo fatos. Ganho por um lado, perco do outro.

Mas o que eu queria mesmo dizer, é que quero voltar a fazer o que sempre amei. Escrever. Pelo prazer de compartilhar minhas linhas e permitir que as pessoas as comentem. Sem pressão. Pela graça. Pelo prazer. Escrever para pensar, para me expandir. Acho que preciso voltar a crescer.